Peças originais ou alternativas?

Disputa entre montadoras de veículos e fabricantes de autopeças pode acabar com o mercado alternativo de reposição, que oferece produtos mais baratos.

Uma disputa entre montadoras de veículos e fabricantes de autopeças pode acabar com o mercado alternativo de reposição e isso afeta diretamente o bolso dos consumidores na hora de consertar o carro.

Pára-lamas, capôs, portas idênticos aos originais, mas não são. É a chamada indústria independente de autopeças, que abastece o mercado com produtos mais baratos do que aqueles vendidos nas concessionárias.

- Na concessionária, é bem mais alto o preço, não tem comparação - afirma um consumidor.

A diferença é grande, por exemplo, para o mesmo modelo de farol de carro. O original custa R$ 265. O outro, R$ 159. Com os pára-lamas, a mesma coisa: original, R$ 317. O similar sai por R$ 111. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças, a diferença pode passar de 1000%.
Para fabricar essas peças, a indústria independente usa a chamada engenharia reversa. Ou seja: copia de um carro pronto. Mas, para algumas montadoras, o projeto, o desenho, pertence a elas. Uma espécie de patente.

Três montadoras entraram na Justiça para garantir a exclusividade na comercialização das peças. Em resposta, fabricantes de autopeças enviaram uma representação à Secretaria de Direito Econômico. Afirmam que as montadoras cometem "abuso de direitos de propriedade industrial, com o objetivo de monopolizar o mercado de autopeças".

- È um atentado contra a concorrência, contra o consumidor, que será o grande o prejudicado, uma vez que só terão a possibilidade de fazer a manutenção do seu carro na rede autorizada - defende Renato Fonseca, da Associação dos Fabricantes de Autopeças.

Por ordem da Justiça algumas peças já foram recolhidas do mercado. Em notas, a Fiat e a Volkswagen declararam que fazem investimentos em pesquisa para garantir a qualidade e a segurança. A Ford não quis se manifestar.



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1 Comentários

Abdias disse…
A peça é propriedade intelectual do fabricante. É ele que a cria, podendo patentear seu modelo, seu desenho. A única saída será produzir peças paralelas um pouco diferentes das originais.