Lavagem correta e caprichada

Depois de curtir uma ótima viagem de motocicleta, seja nas estradas pavimentadas ou em regiões de terra e lama, chega o sagrado momento de dar um belo trato na companheira das aventuras. Ainda mais neste início de ano, quando muitos motociclistas retornam das férias. Hora então de lavar a máquina de duas rodas!

Diversas pessoas optam, nos dias de hoje, pelos serviços especializados de lavagem. Em São Paulo, há lugares bastante agradáveis para não somente deixar a moto limpinha, mas também bater papo com os amigos, comer, beber e se divertir. É o caso de ambientes como a Johnnie Wash e a Café Racer Wash, localizadas na zona sul da capital.

Mas quem nunca teve vontade de acordar bem cedo — geralmente no domingão —, pegar um pano, um balde com água e sabão, arregaçar as mangas e dar aquela lavada caprichada na motocicleta?

A esses motociclistas, listamos algumas dicas para evitar qualquer tipo de maltrato involuntário ao equipamento. O primeiro passo é encontrar um lugar tranqüilo e com sombra, para que o sol não incomode nem a moto, nem o dono. Em seguida, preparar o kit de lavagem, composto por balde, querosene, pincel, panos limpos e macios, xampu e água, claro.

“É preciso utilizar xampu neutro e água em temperatura ambiente e com baixa pressão para não danificar componentes da moto”, explica Fabio Carmona, proprietário da Café Racer Wash.

A alta pressão pode estragar a pintura, as faixas e adesivos, além de tirar as graxas dos rolamentos da coluna de direção e da articulação da suspensão traseira. Evite também lavar a moto com o motor quente — não que isso estrague a máquina, mas para se livrar do cheiro ruim de vapor expelido.

Na seqüência, depois de ter molhado a motocicleta com cuidado, pincele querosene para remover os resíduos de óleo e graxa nas áreas do motor, carburador, escapamento, rodas, cavalete lateral e por baixo dos pára-lamas. Enxágüe novamente.

O próximo passo é lavar o tanque, assento, tampas laterais e pára-lamas com o xampu neutro. Use um pano macio; uma camiseta velha por exemplo. Evite concentrar o jato d’água em regiões como os cubos das rodas, interruptores, freios, painel de instrumentos, saída do escapamento e corrente de transmissão para não danificar as peças.

“A pessoa precisar ser muito caprichosa e, especialmente, gostar mesmo de brincar com água”, brinca Carmona, que fala também sobre o momento de enxugar. “É ideal usar um equipamento de ar comprimido na hora de secar, para tirar a água acumulada e impedir que algumas peças enferrujem. Mas quem não tiver isso em casa, deve usar pano limpo e macio”.

Ricardo Medrano, um dos donos da Johnnie Wash, lembra que “moto não é como carro”. “Uma lavagem mal feita pode ocasionar o ofuscamento das partes cromadas, por exemplo. Tem gente que utiliza produtos do dia-a-dia ao lavar a moto e, sem querer, acaba riscando o veículo. Em casa, leva-se pelo menos duas horas para lavar a moto”, destaca. “Se não souber lavar, é melhor deixá-la suja e, quando possível, levá-la a estabelecimentos especializados”, acrescenta.

Após a lavagem, lubrifique a corrente de transmissão e os cabos do acelerador e da embreagem. Ligue o motor e deixe-o funcionar por alguns minutos. Ao dar uma voltinha, tome cuidado com as primeiras frenagens, pois a eficiência dos freios não é a mesma quando estão molhados e frios.

“Meu conselho é que o motociclista lave a moto quando for deixá-la guardada, se possível coberta com uma capa. Quando sair de moto, não se preocupe com a sujeira e curta a viagem”, afirma Fabio Carmona.

Agora que a moto está limpinha, com cara de nova em folha, nada melhor do que definir os próximos roteiros de aventura. Depois, é só ter paciência para repetir o processo de lavagem ou solicitar os estabelecimentos especializados, que garantem um trato com carinho e de primeira qualidade.

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